A variedade linguística (léxico) foi um dos temas mais abordados na prova de língua portuguesa do Enem de 2012. E essa questão trouxe a tona que o emprego de palavras comumente usadas em nossa língua (português) antigamente hoje estão em desuso, esse fenômeno nos revela que o léxico de nossa língua é produto de uma realidade variável e diversificada atada ao tempo vivido.
A prova do Enem trouxe uma questão a respeito dessa variação, assim, o fragmento textual, chamado texto I a seguir, junto ao texto II nos dará essa comprovação.
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais, e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro.
Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua nem escapulia domestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo-d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos.
Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
TEXTO II
Expressão
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Significado
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Cair nos braços de Morfeu
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Dormir
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Debicar
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Zombar, ridicularizar
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Tunda
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Surra
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Mangar
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Escarnecer, caçoar
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Tugir
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Murmurar
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Liró
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Bem-vestido
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Copo d’água
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Lanche oferecido pelos amigos
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Convescote
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Piquenique
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Bilontra
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Velhaco
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Treteiro de topete
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Tratante atrevido
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Abrir o arco
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Fugir
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