quarta-feira, 13 de março de 2013

Na Terceira Lua... - Crônica - Parte I - Por Luciana Costa

Esta crônica eu escrevi à algum tempo, ela envolve humor, drama, amizade, mistério e principalmente minha marca registrada o romance, rsrsrs. Vou postá-la em três partes para não ficar uma leitura cansativa, a primeira está ai espero que gostem!!!


 


Parte I:            Na Terceira Lua...


Sentada olhando para água... Droga! Ai vem outro espasmo.
Errrr!...
Que nojo!
Deus! Parece vou botar o estômago para fora!
O que esta me acontecendo? Não comi porcarias hoje.
Uma batida na porta chama minha atenção. Respondo um pouco desorientada:
− Oi.
− Você esta bem? Quer dizer, precisa de ajuda?
Era a Fátima, minha colega de quarto e trabalho.
Respondo com um fio de voz meio a uma nova náusea.
− Não Fafá, estou bem. − Quer dizer eu não estava, mas não havia motivo para alardear a ninguém.
Com a voz preocupada ela me respondeu:
− Não parece. Mas, qualquer coisa me liga. Eu estou saindo. Vou com Alex na lanchonete. Quer que te traga algo?
No mesmo instante pensei "ela deve esta brincando", tô aqui colocando as tripas para fora e ela me pergunta se quero um sanduiche! Quando me preparava para responder ela falou.
− Estou te perguntando se quer que eu traga algo da farmácia, sais de fruta, antiespasmódico?
Senhor! Só em ouvir algo relacionado a espasmo minhas vísceras se contraíram.
Errrr!...
De volta com a cara no vaso.
Ai que nojo! Odeio vomitar!
− Lisa quer que eu fique? Vejo que você não esta bem. Eu falo com o Alex. Ele vai entender amiga, você não esta bem.
Doce Fafá. Ela era uma amiga e tanto, éramos como irmãs, mas não iria estragar o encontro dela.
E o que eu menos precisava agora era uma plateia, "Show do vomitório" estrelando Lisa. Fiz uma careta acompanhada por um estremecimento. Fui arrancada do meu delírio asco com Fafá falando:
− Amiga? Você esta bem?
Reuni todas as minhas forças e falei:
− Sim. ­− um grande mentiiiiiiira falou em minha cabeça.
Ela insistiu, mas consegui despachá-la. Saiu dizendo que qualquer coisa eu ligasse para ela.
Com um esforço sobre humano consegui me levantar, dei descarga nas minhas tripas vomitadas.  − Certo, certo, certo, estava sendo dramática! Mas era como eu me sentia. 
Girei o registro do chuveiro, tirei a camiseta e as calcinhas e entrei no banho, sentia que a água lavava meu corpo por dentro, fechei o chuveiro me enrolei na toalha e fui direto para cama.
Senti meus olhos pesarem e me entregando a letargia que tomava meu corpo fechei completamente meus olhos.
Os abri, mas já não estava no meu quarto tão pouco na minha cama. Eu estava sentada em meio a um... "cemitério" olhei ao meu redor perguntando-me que droga era essa. Todo mundo sonha com praias paradisíacas ou campos floridos e ensolarados, mas eu estava em um cemitério, em meio aos meus impropérios quanto aos sonhos, uma figura se materializou a cerca de 2 metros de mim.
Pensei: agora pronto! Só me faltava um gótico me abordar. Que sonho idiota!
Ele ficou imóvel, olhando para mim. Tentava ver o rosto dele, mas um nevoeiro atrapalhava a visão. Ele tinha por baixo uns 1,87, forte formação corpórea, cabelos pretos amarrados em um rabo de cavalo junto a nuca. De repente um pensamento cruzou minha mente e eu gelei: e se ele for um assassino?
Ele raspou a garganta e falou:
− Olá querida Lisa.
Ele sabia meu nome. Como?
− Você me chamou minha amada. Você que falou que queria que eu viesse por você.
Levantei minha mão apontando para mim mesma e falei:
− Eu?
− Sim. Ele me respondeu.
Olhei para ele me perguntando se era alguma pegadinha ou coisa assim. Procurei as câmeras, mas me lembrei de que tudo era um sonho.
− Olha, deve está havendo um engano, até ainda pouco eu não estava passando muito bem, dormi e vim parar aqui. E garanto a você, com as náuseas que eu estava sentindo, não teria o menor animo de marcar um encontro, quanto mais aqui. − terminei a frase com as mãos para cima mostrando a ele o cemitério.
Ele se aproximou um pouco mais de mim com um sorriso sedutor nos lábios e falou:
− Não, fui eu que te trouxe aqui. Achei que aqui era mais tranquilo para conversarmos em paz.
Olhei para ele e pensei: Meu Deus! Depois de quase botar todas as minhas entranhas pela boca esse estranho vem me oferecer o tipo de paz que eu menos quero agora.
Olhando para mim ele continuou com voz tranquila:
− Lisa, você me chamou e eu vim. E queria te dizer que aceito.
− Perdão? Aceita? O que?
            − Ser teu companheiro durante a eternidade.
Naquele instante eu entendi, mas decididamente não queria crê. Olhando fixamente para mim ele falou:
− Sim Lisa, sou um vampiro. E vim por ti. Serás minha.
− O que?
− Foi você pediu. Cuidado com que você pede Lisa, pedidos se realizam.
− Vou te lembrar disso quando eu jogar na loteria. – respondi com um sorriso atravessado.
Ele sorriu para mim e tocou com os dedos em meu rosto.
Senti uma eletricidade passar pelo meu corpo, me causando um arrepio na coluna. Ele vendo minha reação alargou o sorriso e falou:
− Você é linda, chega a doer.
Olhando para ele falei:
− Amigo... Ops. Como é seu nome?
Ele respondeu olhando diretamente em meus olhos que se chamava Allan. 
Aquele olhar me deixava confusa esqueci o que ia falar, ele me causava calores estranhos. Ele era um homem charmoso, exalava sedução, erotismo e luxúria.
Sentei-me em um dos túmulos e ele sentou-se ao lado. Recolheu minha mão e começou a acariciá-la, sabia que não deveria ter deixado, mas era tão gostoso sentir o toque de seus dedos.
Ele começou a beijar levemente meu rosto, a cada beijo meu corpo estremecia, fechei meus olhos entregando-me as sensações. A cada caricia recebida, meu corpo pedia mais e mais.
Ainda com meus olhos fechados senti o halito frio e doce da boca dele ao meu ouvido e ele falou com voz ofegante e entrecortada:
       − Lisa... Te desejo... Quero você como minha companheira... Você quer... − Eu totalmente inebriada de desejo e volúpia, respondi:
− Sim...
Com a boca junto ao meu ouvido ele falou:
− Pois a partir dessa noite és minha prometida, e todas as noites virei a ti e daqui a três luas cheias serás a minha companheira eterna. Mas na próxima vez quererei beber mais de tua boca e me fartarei de teus carinhos e ofegos. Entendeu Lisa?
Eu me encontrava hipnotizada totalmente embriagada com a beleza e a voz de Allan.
Ele delicadamente passou os dedos no contorno do meu rosto e suavemente me beijou os lábios.
Acordei com o alarme do despertador aos berros me avisando que era hora de voltar à vida normal.

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