domingo, 28 de outubro de 2012

A arte de ser feliz - Por Cecília Meireles






A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Lua Adversa - Por Cecília Meireles





LUA ADVERSA 

Tenho fases, como a lua 
Fases de andar escondida, 
fases de vir para a rua... 
Perdição da minha vida! 
Perdição da vida minha! 
Tenho fases de ser tua, 
tenho outras de ser sozinha. 

Fases que vão e vêm, 
no secreto calendário 
que um astrólogo arbitrário 
inventou para meu uso. 

E roda a melancolia 
seu interminável fuso! 
Não me encontro com ninguém 
(tenho fases como a lua...) 
No dia de alguém ser meu 
não é dia de eu ser sua... 
E, quando chega esse dia, 
o outro desapareceu...


Por Khalil Gibran




Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.                    
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Por Khalil Gibran




Vossos filhos não são vossos filhos. 
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. 
Vêm através de vós, mas não de vós. 
E embora vivam convosco, não vos pertencem. 
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, 
Porque eles têm seus próprios pensamentos. 
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; 
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, 
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho. 
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, 
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados. 
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. 
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força 
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe. 
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria: 
Pois assim como ele ama a flecha que voa, 
Ama também o arco que permanece estável.


Por Pablo Neruda





Plena mulher, maçã carnal, lua quente, 
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados, 
que obscura claridade se abre entre tuas colunas? 
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?

Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas, 
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um so mel derrotados.

Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito, 
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos, 
e o fogo genital transformado em delícia 
corre pelos tênues caminhos do sangue 
até precipitar-se como um cravo noturno, 
até ser e não ser senão na sombra de um raio.



É Proibido - Por Pablo Neruda





É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

sábado, 27 de outubro de 2012

Técnicas para a construção de um conto - Dicas para criar um conto


      


         Dicas para criar um Conto

  • Um conto tem que ser curto, assim como seus capítulos, parágrafos e frases.
  • Evite ser prolixo. Economize na quantidade de personagens, nas descrições, na complicação da trama. Evite os rebuscamentos, adjetivações e clichês. Cuidado com a repetição de palavras.
  • Use a ironia e o humor fino, quando possível.
  • Se o conto é dramático, tome cuidado com o exagero e a pieguice.
  • Palavras ou situações fortes são tempero para serem utilizados com cuidado, pois podem ser tóxicos...
  • Seja verossímil. Evite contradições no comportamento de seus personagens e no desenvolvimento da estória. Lembre-se, no entanto, que a verossimilhança não significa prender-se à realidade.
  • Como última sugestão, seja natural. Não tente um estilo forçado, ou literato. Se você for você, provavelmente estará muito perto do melhor resultado possível.



Técnicas para a construção de um Conto - Características gerais do conto.






Características Gerais do Conto

Extensão
O Conto é, antes de mais nada, curto. Mesmo que alguns autores insistam que determinadas narrativas de longa duração sejam também contos por suas características estruturais, pode-se considerar que estes casos estão aí para confirmar a exceção da regra. Assim, o conto é curto.  E por que curto, conciso.  Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em sutilezas que destoam de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura.  Um conto deve estar contido entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras.

Linhas Dramáticas
Enquanto que num romance podem haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo, estórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no caso do conto a trama é única. Não há a possibilidade da dispersão no desenvolvimento da estória, dado as características de concisão do conto.

Tempo
O conto não tem muito espaço para idas e vindas no tempo.  A utilização de recursos como o flash-back é rara,  permanecendo a narrativa quase sempre em uma única linha de encaminhamento temporal.

Espaço
Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto! –  são restritos, podendo o autor os reduzir ao mínimo indispensável para a sua contextualização espacial. Esta pode até ser, em alguns casos, inexistente.

Final enigmático
Alguns escritores contemporâneos escrevem a narrativa sem um final, ou até mesmo sem um desenvolvimento flagrante.  Seus contos são mais contemplativos, mais um estado d’alma, às vezes sem nexo aparente. O mais comum, no entanto, é o conto com uma estrutura tradicional, com início, meio e fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução. O suspense deve ser mantido até o último parágrafo, quando, depois de prender o leitor através de toda a sua leitura, o escritor lhe fornece a catarse – a risada, o susto, a surpresa.

Técnicas para a construção de Contos - Finalização de Contos





Finalização de contos

Um conto pode se encerrar através de uma Resolução, que é o final de um conflito com a vitória de um lado ou de outro. Revelação, que significa a exposição de algo anteriormente não mostrado. Decisão, que acontece quando o protagonista resolve algo sobre uma coisa importante e difícil. Explanação, que , obviamente, provê o final para uma estória sobre um mistério, e Solução, que fornece o final para um enigma. Vejam a seguir maiores detalhes sobre cada um destes tipos de finalização

Resolução
Para discutir isto, precisamos falar sobre uma estrutura ideal que é raramente encontrada de forma completa nos contos. Um nome para isto é esqueleto da trama. O esqueleto tem cinco ossos:
1. Um personagem central factível e que desperta simpatia do leitor;
2. Seu difícil e urgente problema;
3. Suas tentativas para resolver o problema, que falham e tornam a sua situação mais desesperada;
4. A crise, sua última chance para ganhar; e
5. A resolução da situação, trazida pelos esforços do protagonista, e por sua coragem, bom caráter, ingenuidade, etc.
O reverso desta trama é a estória em que o protagonista é o vilão; a estória termina, em vez de vitória, com sua completa derrota.
“Chuva”, de W.Somerset Maugham, tem um esqueleto de trama completo se você tomar Miss Thompson como o personagem central. Miss Thompson é uma prostituta grosseira, forçada a permanecer em Pago Pago, por uma quarentena, no meio de sua viagem de Honolulu para Apai.  Em Pago Pago, o missionário, Mr. Davidson, ameaça criar problemas para o governador a não ser que ele a deporte para o continente, onde lhe espera uma sentença a cumprir. O problema dela é sério e urgente. Ela tenta resolve-lo de início apelando para o governador e para o Dr.Macphail. Como suas tentativas falham, ela se rende ao Pastor Davidson e permite que ele salve a sua alma.
Ela se transforma em uma outra mulher, completamente convertida e transformada. Então, ela seduz Davidson, que corta sua própria garganta em remorso e horror. No dia seguinte, ela está vestida da velha maneira, e se comportando como antigamente,  com suas risadas e maneiras escandalosas.
Alguns manuais de escrita insistem que esta é a única estrutura de sucesso para a escrita popular de ficção mas mesmo que muitos contos comecem desta maneira, quase que em sua totalidade eles carecem do terceiro elemento (as tentativas falhas), e do quinto (a vitória do protagonista por seus próprios esforços ou qualidades).
A terceira é muito difícil de lidar em função do normalmente pequeno tamanho do conto, e o quinto, porque a repetição de tais finais os torna comuns, entediantes. Quando uma estória só tem dois finais possíveis, é difícil surpreender o leitor com qualquer um dos dois; quando a estória só tem um final tradicional – a vitória do heróis – é mais difícil ainda.
Todavia, a maior parte das estórias com trama são construídas em volta de algum tipo de conflito ou competição cujo resultado é duvidoso. O início da estória estabelece os termos da competição; o meio é a competição propriamente dita; o final traz o resultado. Se isto fosse tudo, as estórias seriam insuportáveis. Na prática, o que usualmente acontece é que o autor usa a estrutura de conflito para guiar o leitor numa direção errada – o real sentido da estória termina por ser alguma coisa completamente diferente.
Conflito pode ser somente uma forma de mostrar o personagem para o leitor – nós aprendemos coisas sobre pessoas  sob pressão que nós nunca saberíamos de outra forma. Além disso, conflito é uma conveniente e simples forma de manter o interesse do leitor enquanto você o guia até seja o que for que você queira, afinal, lhe contar.

Revelação
Note que mesmo na estória de Maugham, que possui um esqueleto de trama completo, o final não é narrado no local onde deveria naturalmente estar, mas sim é trazido mais tarde com um ar de revelação. Mais comumente, a revelação substitui a resolução. Em “O homem do Sul” de Roald Dhal's, por exemplo, a trama é sobre um pequeno e estranho homem que se oferece para apostar o seu carro novo contra o dedo mindinho da mão esquerda de um jovem marinheiro. Ele aposta que o isqueiro do marinheiro não será capaz de acender por dez vezes em seguida. Ele amarra a mão esquerda do jovem na mesa entre eles com o mindinho estendido, e aguarda com um cutelo em posição enquanto o marinheiro dispara o seu isqueiro. No momento em que o marinheiro chega à oitava vez em seguida com sucesso, a mulher do pequeno homem os interrompe e para com a aposta. Ele não tem nenhum carro para apostar, ela diz para os assistentes. Ele não tem nada de fato, porque ela ganhou tudo dele tem muito tempo. Ela avança a sua mão para apanhar as chaves do carro em cima da mesa e todos podem ver que ela só tem o polegar e um dos dedos em sua mão.
Veja que ambos os finais a que fomos levados a esperar que acontecessem seriam desapontadores (o pequeno homem corta o dedo do marinheiro, ou o marinheiro ganha o carro novo). O conflito com que a estória começa é somente um truque, uma simulação – a revelação final é o que realmente conta.
Em outras estórias, não há a pretensão de um conflito dramático – o conto se baseia tão somente em uma revelação. Um exemplo é “A Loteria”, estória de Shirley Jackson, sobre um ritual ancestral realizado todo ano em uma vila em Nova Inglaterra. Sorteios são realizados, primeiro por clãs, depois por famílias, e depois por indivíduos, até que uma pessoa, uma mulher, é selecionanda. Este processo ocupa quase que toda a estória até os últimos parágrafos. Somente aí, quando os habitantes da vila começam a jogar pedras na mulher até a sua morte é que descobrimos sobre o que era a loteria.
Observe que nesta estória, mesmo não havendo conflito no sentido usual, existe uma tensão crescente porque a escolha vai cada vez mais se reduzindo, e também porque nós sabemos que estamos cada vez mais perto da revelação do sentido da loteria. Se você pode criar tensão crescente, não importa se existe conflito ou não.
Outro exemplo de estoria de tensão crescente sem uma trama convencional é a estória “Juventude” de Joseph Conrad, sobre um navio sossobrando em uma tempestade, no qual se poderia dizer que o seu velho capitão tinha um problema a resolver no sentido do esqueleto da trama, mas o narrador não tinha nenhum – ele não tem poder de escolha em nenhum ponto da narrativa, exceto ao final, quando ele pode decidir tentar permanecer perto dos outros barcos, ou sair por sua própria conta. Inda assim, é o narrador que é a figura central, aquele em quem nós estamos intensamente interessados; o velho capital é quase incidental.

Decisão
Histórias deste tipo normalmente são sobre interesses ou lealdades divididas. No conto de John Collier, “O gato de aço”, por exemplo este, um homem inventou uma ratoeira aperfeiçoada onde o rato era atraído por um caminho até a isca. Quando estava por pegá-la, o chão cedia e ele caia num recipiente de água onde se afogava. O inventor esteve por todo o país demonstrando a ratoeira com o seu ratinho de estimação, mas sem sucesso. Em Chicago ele mostra o seu invento para um comprador que fica impressionado, mas que desconfia quando o inventor tenta salvar o seu mascote; ele não acredita na ratoeira até que veja o rato se afogar. O atormentado vendedor deixa então o seu querido ratinho se afogar.
O problema com tramas de decisão é que a escolha que o seu protagonista enfrenta pode parecer muito simples – ou aceitar a oferta de seu amante e ir viver com ele, ou permanecer em uma relação insatisfatória, por exemplo. O leitor pode achar que a garota é uma idiota sequer por hesitar – o final vai ser falho, por ser óbvio. O truque é tornar a escolha realmente difícil, e evitar que o leitor conheça previamente qual será, afinal, a decisão do protagonista.

Explanação
Um exemplo é a estória de Nathaniel Hawthorne, “My Kinsman, Major Molineux” na qual um jovem é mandado para uma cidade na Nova Inglaterra colonial para fazer fortuna junto a seu parente, o Major Molineaux, um oficial da Coroa. Ele recebe estranhas respostas em todos os locais por onde busca o seu parente; homens com vestimentas curiosas estão andando pelas ruas com as caras pintadas. Um desses diz para o jovem: “Espere aqui por uma hora, e verá o Major passar”. Passado o tempo, ele ouve o barulho de uma multidão que carrega tochas se aproximando; no meio deles está o Major Molineaux, em um carro aberto, pichado e cheio de penas. O mistério está explicado; a estória encerrada.

Solução
A maior parte das estórias de mistério são realmente estórias com um final enigmático, sendo que a diferença é que um final misterioso é explicado por eventos, enquanto que um final enigmático é resolvido pelos personagens.
No livro de Lord Dunsany, “As duas garrafas de tempero”, nós ficamos sabendo que um assassinato aconteceu, mas ninguém consegue dizer como o corpo desapareceu. Os fatos são estes: É dito que o assassino é um vegetariano. Ele comprou uma garrafa de tempero, e depois de seis dias, a outra. Durante as duas semanas após o desaparecimento de sua vítima, ele derrubou árvores e preparou tachos de lenha com dois pés de comprimento, mas nunca as queimou. Ele não abandonou a sua residência após o assassinato; o terreno sob e em volta de sua casa não foi mexido.
Talvez você tenha imaginado a solução que o detetive amador encontrou durante a estória. Mas, e sobre as árvores, porque é que ele as cortou? A resposta é encontrada na última linha:

“Somente – diz Linley – para se divertir um pouco.”

Leitores de estórias de enigmas buscam constante novidade – velhas soluções não lhes satisfazem. Você provavelmente não deve tentar escrever uma estória de mistério, a não ser que você goste mesmo deste tipo de literatura e tenha lido o suficiente para ter ideia do que os outros escritores já escreveram.
Estórias sobre a chegada de desastres inevitáveis são uma exceção à regra de que uma estória com trama deve terminar com um final surpreendente de alguma natureza. Dois exemplos são “Anoitecer” de Isaac Asimov e “Bilenio” por J.G.Ballard. Em ambos podemos ver exatamente para onde a estória está indo; não há elemento de surpresa, mas mesmo assim estas estorias prendem a nossa atenção do mesmo jeito que um desastre natural consegue. Em “Anoitecer”, gente de outro planeta enlouquece e queima suas cidades quando as estrelas aparecem de dois em dois milênios. Em “Bilenio”, dois jovens em um mundo super-populado do futuro, descobrem um apartamento vago e disponível. Luxúria impensável! Eles convidam seus amigos para dividir o lugar um a um, e vão fazendo divisões do espaço até que o apartamento fica superlotado assim como qualquer outro lugar.
Algumas vezes, o final inevitável é revertido, como em “Guerra dos Mundos”, de Orson Wells, por uma solução mágica tão transparente que o sentimento de inevitabilidade permanece; se não por esta vez, na próxima (Os marcianos vão nos destruir, ou seja o que for).
Em estórias deste tipo, uma atitude desligada em relação aos personagens é uma boa coisa; o leitor precisa estar preparado para adotar uma atitude de observador enquanto os personagens percorrem a estória, assim sem estar intimamente envolvidos (desastres só são interessantes, quando  acontecem com outras pessoas).





Dicas de comunicação



Comunicar-se bem sempre foi imprescindível, mas nos dias de hoje tornou-se questão de sobrevivência. Buscando dar uma ajuda em todos os aspectos de crescimento, estou postando estas dicas de comunicação eficaz.
Aproveitem!!!
 


10 Dicas para uma comunicação eficaz



Estilo - É importante perceber e respeitar o seu próprio estilo e, se necessário, aperfeiçoá-lo;

Percepção - O bom orador deve estar atento a todos os estímulos que surgem durante o discurso e usar deles para direcionar sua fala;

Gestos e expressões faciais - Os gestos dão força às palavras, reforçam pensamentos, enriquecem a comunicação. Mas devem ser feitos de modo diferente de acordo com cada situação;

Espontaneidade - As pessoas costumam ser mais receptivas à fala de quem se mostra tranquilo e seguro. Quando além de espontâneo, o orador é simpático e se coloca de "igual para igual", cativa rapidamente o público;

Ritmo e inflexão da voz - Através do ritmo e inflexão da voz, imprimimos a emoção da fala, sem tanta necessidade de gesticulação. Determinam os pontos ou assuntos mais relevantes da fala;

Dicção - É fundamental cuidar da "aparência das palavras";

Respiração - A respiração profunda e controlada resulta em uma voz poderosa e rica em tonalidades;

Eloquência - O orador tem que sentir entusiasmo quando fala;

Persuasão - Com a persuasão, levamos os ouvintes a perceber a nitidamente as vantagens de adotar determinados ponto de vista ou procedimentos. Uma boa persuasão atua tanto na razão como na emoção;

Improviso - É necessário que o orador conheça muito bem o tema, treine a fala e pesquise sempre, para se atualizar. Com uma bagagem completa, a viagem fica mais fácil.
"A construção do projeto de vida e a escolha profissional" - Profº Leo Fraiman