segunda-feira, 18 de março de 2013

Na Terceira Lua... - Crônica - Parte III - Final - Por Luciana Costa





 Parte III - Na Terceira Lua...

Já faziam mais de dois meses que ficamos um com o outro, assim a última lua cheia se aproximava. Meus dias se resumiam em trabalhar correndo, estudar correndo, pedindo que a noite chegasse para poder vê-lo.
Mas existia um fato que me atormentava. Tinha que contar a Fafá, em poucos dias iria me transformar em uma vampira e iria embora com Allan; mas tinha certeza que ela não iria acreditar.
Ela estava muito preocupada comigo. Minhas participações no “Show Vomitório” continuavam, todo o dia tinha crises. E nos últimos dias uma forte dor de cabeça me atormentava. Ela dizia que eu devia procurar um médico, mas eu iria me transformar em uma vampira, e outra sempre tive enxaqueca e essa era a causa de mal estar todo.
Tinha chegado o dia. Trabalhei normalmente, adiantei todo meu trabalho. Fafá brincou comigo dizendo que – ou você está adivinhando chuva ou vai se demitir?
Respondi que não queria deixar trabalho acumulado para ninguém poder reclamar.
Cheguei em casa, tomei uma ducha e pedi que Fafá viesse a meu quarto. Ela entrou subiu na minha cama e olhou para mim. E eu comecei:
– Fafá eu estou noiva de um homem.
– É o que? Quando? Como? Você não me disse nada. Quem é ele?
– Calma. Vou te explicar.
– Então “chica habla”.
– Pelo amor de Deus! Não começa com teu portunhol.
– Ela começou a rir e disse que não falava portunhol e sim “hablaba español”.
– Levantei as mão fazendo sinal de misericórdia e falei:
– Por favor, só em português, certo?
  “Seguro, querido amigo habla.”
Respirei fundo em sinal de resignação e continuei:
– Bom ele é uma pessoa maravilhosa, lindo, charmoso e quente, – fiz um gesto de como se tivesse me abanando – muito quente.
Ela riu e falou:
– Conta mais, como se chama? Deus! Lisa. Ainda não acredito que você não me contou antes. Mas vai conta.
Tinha chegado a hora não iria mais esconder nada.
– Bom, ele é tudo isso e muito mais. Ele se chama Allan e ele é um vampiro.
Assim que terminei de pronunciar a palavra vampiro, o sorriso que se pendurava no rosto de Fafá se desfez. Ela piscou repetidamente os olhos e falou:
– Você está brincando comigo não é? Eu sei Lisa que você é fanática por essa história de vampiros, pediu que um viesse te tomar como esposa, mas você sabe. “Eles.não.existem.”
A última frase que ela pronunciou dando ênfase a cada palavra como se quisesse convencer a mim e a ela.
Olhei para ela e falei:
– Ele existe Fafá, ele é tão real quanto o teu Alex. Ela ergueu as sobrancelhas e falou:
– Quero conhecê-lo quando virá aqui?
– Ele só me encontra em meus sonhos Fafá.
Ela olhou para mim com um olhar que deixou possessa de ira. Eu podia ler perfeitamente nos olhos dela, ela estava pensando que eu estava delirando e sentia pena de mim. Ela mudou o tom da voz e falou:
– Amiga, precisamos ir ao médico. Precisa falar dessas dores de cabeça e dos vômitos.
Olhei para ela e falei:
– Você está achando que estou louca? É isso?
Ela rapidamente respondeu:
– Não de jeito nenhum, apenas acredito que seria saudável você procurar ajuda médica por causa desses seus mal estar.
– Acredite no que eu estou te falando Fafá, essa noite eu irei me juntar a Allan e serei sua companheira eterna. Estou te contando por que te amo como a uma irmã.
Ela olhou para mim com lágrimas nos olhos e falou:
– Também te amo Lisa, muito mais que amo a minha verdadeira irmã, ela eu não pude escolher, mas você...  ...eu fui escolhida; – ela me deu um abraço forte e continuou – Eu só quero que você seja feliz minha amiga, você merece. ­– nos abraçamos mais uma vez. De repente a campanhinha tocou, ela olhou para mim, e eu falei:
– Vai. É o Alex.
– Sim, é ele, mas se você quiser fico com você.
Eu sorri e falei:
– Não precisa. Agora vai. Não quero que depois me culpe de ter perdido um preciso minuto com Alex. – fiz cara de indignada.
Ela riu e disse:
– Você é muito importante para mim, jamais falaria isso. Mesmo que me faça perder um minuto com Alex. – ela fez cara de apaixonada, com as mãos no coração e suspirando.
Eu peguei uma almofada da cama e joguei nela. Ela agarrou a almofada e saiu em direção à porta. Nesse instante eu falei:
– Fafá. – ela virou, e eu continuei: – Eu te amo amiga.
Ela me deu um sorriso lindo e falou:
– Eu também. – virou as costas e saiu.
Eu sabia que essa era nossa despedida. Mas tinha feito minha escolha. Ela teria o Alex para consolá-la e eu teria Allan.
Arrumei a cama para me deitar e dizer o sim a Allan.
Fechei os olhos e fui...
Senti meu corpo diferente dessa vez, ele estava mais leve...   não sei explicar.
Derrepente vi meu quarto, eu estava na minha cama, eu estava pálida, quase cinzenta.
Fafá entrou no quarto, passou a mão nos meus cabelos. Ela abriu os olhos de uma maneira estranha e deu um grito.
Alex entrou correndo no quarto. Ela se agarrou a ele dizendo algo que eu não entendia.
Ele pegou o celular e começou a digitar os números freneticamente. Fafá chorava, gritava e se contorcia nos braços de Alex.
Minutos depois chegou o médico do campus. Ele verificou meu pulso, auscultou meu coração e balançou a cabeça negativamente.
Comecei a ficar tensa. O que estava acontecendo?
O som do quarto de repente ficou mais audível, fiquei calada para escutar o que o médico falava:
– Sinto muito senhorita, sua amiga esta morta.
Fafá de agarrou ao braço de Alex de uma forma que o pobre amanha teria manchas roxas no braço, mas ele parecia não se importar. E o médico falou:
– Ela estava reclamando de algo, nesses últimos tempos?
Lisa se endireitou e falou:
– Ela tinha muita dor de cabeça, estava vomitando frequentemente e andava confusa.
O médico voltou a olhar para mim na cama e falou:
– Com esses sintomas que você me descreve ela provavelmente deveria ter um tumor no cérebro e com seu crescimento aumentou as dores de cabeça e os vômitos. É uma pena! Ela era tão jovem.
– Mas doutor, ela disse que iria se casar com um homem que veio a visitar nos sonhos.
Ele riu tristemente e falou:
– Querida, os delírios fazem parte desse quadro também, provavelmente ela confundiu os sonhos com a realidade.
Nesse instante eu gelei:
Meu Deus! Será que tudo fora um sonho?
Senti uma força me puxar, olhei pela ultima vez para minha amiga e segui a força que me atraia.
Olhei e vi um longo corredor, no final dava para ver uma luz e um vulto, que eu queria acreditar que fosse Allan. E sai em busca da luz e na esperança de encontrar... A verdade.

                                         

*********  F I M  ***********

Luciana Costa – 14/11/2012




Um comentário:

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