segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cuidado! Quando o tombo acontece... ... o amor pode se aproveitar. - Por Luciana Costa



Para uma melhor organização e acessibilidade criei um novo blog para as prosas, assim, este post permanecerá visível nesta página por um tempo, onde o mesmo será removido para o blog Palavras Vivas em Prosa.

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Cuidado! Quando o tombo acontece...  ... o amor pode se aproveitar.


No chão.
Quando vi estava no chão.
Maldito salto. Tinha que quebrar logo agora? Mas pensando bem, não seria apropriado que quebrasse nunca.
Enquanto olhava possessa para o maldito sapato uma mão surgiu na minha frente. Fiquei me perguntando se olhava ou não para o dono da mão caridosa que me oferecia a gentileza. Então pensei, nada pode ser pior que cair com o traseiro no chão! Segurei a mão do meu cavalheiro logo me coloquei de pé, mesmo manca por causa do sapato e com uma forte dor no traseiro.
O que disse a respeito de as coisas não poder ficar pior? A assim elas podiam... quando ia agradecer ao meu salvador eis que vi o sorriso sedutor do meu chefe. Ele olhava direto para mim, fiquei com as bochechas queimando. Ainda olhando para mim falou:
− Menina! Foi um tombo e tanto!
Olhei para ele com vontade de dizer: Não imagina! Só contundi o pé e esmaguei o traseiro no chão! Simmm, sem mencionar que estou pagando o maior mico do planeta! Mas não iria fazer isso, então respondi o que todo babaca da Terra falaria:
− Foi o salto do sapato que quebrou, mas estou bem.
− Vais ficar com um belo hematoma ai atrás - apontou para meu traseiro.
Agradeci e levantei a cabeça com o resto de dignidade que me restava e sai.
Maldito sapato! Sai mentalmente falando.
No dia seguinte estava no escritório, sentada em minha cadeira com dificuldade, o traseiro doía e o pé ficou um pouco inchado.
Era hora do almoço eu havia decidido ficar e adiantar algumas coisas olhava para a tela do computador quando uma flor foi colocada entre eu e a tela. Levantei a vista e lá estava meu chefe com seu sorriso sedutor.
− Olá senhorita madura.
− Madura?
− Sim, o que anda maduro cai, kkkkkk.
Tive vontade de mandá-lo ir me procurar na esquina, mas ele era o chefe.
− Desculpe-me, mas quando me lembro da queda kkkkkkk.
− Sei...
− Não fique com raiva. Mas foi engraçado.
− Tudo bem. - Mas meu subconsciente gritava: tudo bem uma droga! Queria poder dar pelo menos um soco nele, mas, respira...
− Vamos almoçar?
− Perdão? Você quer almoçar comigo?
− Sim, porque o espanto?
− Nada, apenas pensei que não gostava de nenhum relacionamento no trabalho.
− Não, não gosto. Mas você é...  uma pessoa especial.
Ok, mas não vou almoçar. Obrigada pela flor, mas, muito trabalho. Amália está doente, então...
− Por favor, vem comigo...
Fiquei pensando, porque será que ele está insistindo tanto? Me virei na cadeira  para levantar, não custava nada ir, mas perguntaria só uma coisa:
− Por que estás querendo me levar para almoçar?
− Como te disse, você é especial para mim, faz tempo que te observo e gostaria de te conhecer melhor...
Olhando para ele pensei, meu Deus ele me observava! Será que notou que eu também o observava? Mas deixa isso para lá... Almoço! Foco!
Levantei e fui. Quando chegamos ao corredor principal do escritório o piso estava molhado, ele não percebeu e...
De bunda no chão.
Olhei para ele. Ele estava branco.
Todos do escritório olharam para ele...
Dei a mão para ele e falei:
− Menino! Foi um tombo e tanto!
Ele olhou para mim e falou em tom baixo para mim:
− Não imagina! Só contundi o pé e esmaguei o traseiro no chão! Simmm, sem mencionar que estou pagando o maior mico do planeta! Mas estou bem, se te importa.
Contendo o riso falei:
− Estais maduro, só pode ser. E vais ficar com um belo hematoma ai atrás - apontei para o seu traseiro.
Kkkkkkkkkkkkkkkkk, não aguentei. Cai na risada.
Ele riu e falou:
− Olha como é a vida, ontem era eu que te estendia a mão e hoje é você que o fazes.
− É verdade.  - falei contendo risos.
− Bom o que achas desses dois traseiros quebrados irem almoçar?
− Boa ideia.
No caminho do refeitório pensei: Bendito sapato!


Luciana Costa – 18/11/2012.

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