Gênero Romance (século XIX): Pessoa, Espaço, Tempo,
Como Identificar
15, março, 2012 Graci
Reading by the Window -
Charles James Lewis
O Romantismo, movimento artístico e literário do século XIX, trouxe para nossa
cultura um gênero literário que até hoje é amplamente divulgado e apreciado no
mundo todo: o Romance. Como você já
deve ter aprendido, nem todos os romances tratam de uma história de amor,
embora muita gente faça confusão com o nome.
Como surgiu num período de ascensão da burguesia, o romance era destinado a um público que valorizava a riqueza de ações
e personagens sobre a linguagem rebuscada das epopéias que passaram
a perder seu prestígio a partir do século XVII. Seus enredos complicados com
fatos fantasiosos conquistaram especialmente as mulheres que começaram a ganhar
peso como público leitor.
Em se tratando de estrutura, o romance é muito fácil de ser
identificado. O primeiro elemento é o tempo, geralmente indicado logo no início da narrativa.
Nos contos-de-fadas encontramos o “Era uma vez…”, mas em alguns romances o
momento de referência só é identificado depois do início da história.
Assim como o tempo, o espaço costuma ser indicado no início do
romance, o que não é uma regra. O espaço de referência pode ser explicitamente
descrito ou não. Já quanto a pessoa o romance é
mais específico. Muitas vezes o narrador é uma personagem, o que torna sua
descrição mais parcial e subjetiva.
Já existem casos em que o narrador é observador,
ele não faz parte da história e por isso exibe um ponto de vista diferente do
das personagens. Neste caso há um afastamento maior e o resultado é uma
narração mais objetiva e até mesmo mais fiel, sem interferências.
Além do tempo, espaço e pessoa, existem outras
características dos romances que merecem ser destacadas. Na tabela abaixo nós
separamos as principais, confira:
Repare que a temática do romance
sofreu alterações com o passar dos anos. De início eles contavam histórias
fantásticas com naufrágios, raptos, duelos, assassinatos entre outras coisas
que faziam com que eles se assemelhassem das novelas de cavalarias típicas do Trovadorismo.
Depois eles passaram a relatar o cotidiano rural ou
urbano com relacionamentos amorosos, traições e desilusões. Os assuntos eram
mais “reais”, o que gerou maior identificação por parte das mulheres que
formavam o grande público dos romances.
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